Bancos ou corretoras independentes?

Você investe por meio de uma corretora? Então você faz parte de uma parcela muito pequena da população. Uma pesquisa feita pela consultoria Empiricus e o Reclame Aqui, que falou com 8.940 pessoas, mostrou que menos da metade delas (3.843) possui algum investimento, e, das que investem, só 512 estão em corretoras independentes, 5,7% do total. Todo restante está nos bancos tradicionais.

Outro dado curioso, levantado pelo portal Infomoney, mostrou que há mais brasileiros presos no Brasil do que investindo na bolsa de valores – o que mostra que o hábito de investir é ainda incipiente no país.

Mas o que muda entre deixar o seu dinheiro em um banco ou em uma corretora independente? É o que vamos abordar neste post. Confira!

A diferença entre os bancos e as corretoras

A principal diferença é que os bancos comercializam, em geral, ativos próprios, como é o caso dos CDBs, LCAs e LCIs, títulos emitidos pelos bancos para financiarem seus empréstimos a outros clientes e setores.

As corretoras, por sua vez, são mais como um uma prateleira de produtos. Elas reúnem em suas plataformas ativos de diferentes bancos e intermediam as vendas. Isso significa que, enquanto no banco é provável que você só tenha a opção de comprar o CDB ou as letras de crédito emitidas por ele próprio, nas corretoras é possível ter acesso aos papeis de vários bancos, podendo comparar e escolher entre as condições e rendimento de cada um.

Os principais bancos costumam ter a própria corretora também, mas elas têm algumas diferenças em relação às corretoras independentes, instituições menores especializadas nisso, sobra as quais vamos falar.

Os benefícios das corretoras independentes

As corretoras independentes têm muitas vantagens em relação aos bancos e suas corretoras vinculadas. Conheça alguns deles:

  • por serem menores e terem que atrair clientes (coisa com que os bancos grandes, com sua base gigante de correntistas, não precisam se preocupar tanto), é comum cobrarem menos taxas que os bancos;
  • como reúnem variedades de um mesmo produto, é possível também encontrar opções com rentabilidade melhor;
  • a página oficial do Tesouro Direto, por exemplo, possui uma lista de instituições que revendem seus títulos – entre as 17 que não cobram taxa administrativa, apenas uma é banco;
  • as corretoras tendem a sair na frente também na qualidade e agilidade dos serviços, já que contam com a variedade de opções, trabalham exclusivamente com investimentos e, sendo menores, tendem a ter maior facilidade para o atendimento e a proximidade.

Os benefícios dos bancos

Por outro lado, os grandes bancos têm a seu favor a conveniência de já estar no mesmo local da sua conta. Isso, somado à desconfiança ou puro desconhecimento de outras opções, acaba afastando as pessoas das entidades independentes.

Segundo o estudo da Empiricus, das pessoas que mantêm suas aplicações em banco, a vasta maioria – 54% – disse fazer isso por comodidade. Entre os clientes das corretoras, por sua vez, as principais razões citadas para a escolha foram “custo” (32%) e “serviços oferecidos” (23%). Como geralmente é com eles que já estão as nossas contas correntes, o vínculo com os investimentos é direto.

Nas corretoras independentes, por outro lado, é necessário abrir uma nova conta, transferir seu dinheiro para lá quando for investir, aguardar aprovação e depois sacá-lo de volta se quiser usar. Lembrando que para transferências acima de valores acima de R$ 3.000, a maioria dos bancos exigem uma visita ao seu gerente na agência para cadastrar as contas beneficiárias.

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Segurança

O medo de a instituição onde está todo o seu dinheiro quebrar é um dos maiores fantasmas do investidor. A boa notícia é que, no rastro dos traumas do confisco das poupanças durante o governo Collor, o mercado financeiro desenvolveu diversas garantias, e elas amparam tanto corretoras como bancos.

Se uma dada corretora falir, os ativos podem ser transferidos para outra corretora, já que a custódia destes ativos estará na CBLC (ativos de renda variável) ou na CETIP (ativos de renda fixa).

Além disso, boa parte das aplicações de renda fixa são garantidas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que é um fundo mantido pelos próprios bancos para segurar depósitos no país. Atualmente, o FGC cobre aplicações de até R$ 250 mil por CPF por instituição em ativos como a poupança, CDB e as letras de crédito.

Isso significa que, caso o emissor de seus papéis quebre, você tem direito a receber até R$ 250 mil, tenha a sua compra sido feita através de um banco ou de uma corretora.

Também é possível acompanhar a solidez das instituições financeiras brasileiras em diversos canais. Na página do Banco Central há vários dados e índices sobre todas as instituições cadastradas no país, como resultados financeiros (patrimônio, lucro, base de clientes etc.), tarifas cobradas e ranking de reclamações, incluindo os bancos e as corretoras (identificadas como CVTM ou DTVM), entre outras.

Diversificação das ofertas

O banco oferece ao seu cliente os seus próprios produtos financeiros, como fundos de investimento, CDB e letras de crédito. Já uma corretora independente oferece produtos muito diversificados.

Há algum tempo, os investidores tinham como um senso comum que as corretoras negociavam apenas ativos na bolsa de valores, como ações e fundos imobiliários. Mas isso não é verdade: hoje em dia, uma corretora independente distribui aplicações diversificadas, incluindo ativos de terceiros. Sendo assim, as corretoras possuem um leque maior de opções para você investir o seu dinheiro, possibilitando que sua carteira de investimentos seja composta da forma que melhor atenda os seus objetivos.

Para você entender melhor, imagine que um banco seja uma loja que só vende uma marca e uma corretora independente seja uma loja multimarcas, que inclui vários produtos, inclusive o da loja especializada.

Portanto, podemos concluir que a corretora proporciona ao investidor a possibilidade de acessar produtos diversificados, de modo que o investidor possa comparar as alternativas disponíveis e optar pelas mais rentáveis.

Especialização do negócio e dos profissionais

O gerente de um banco é responsável por cuidar de muitas contas e produtos financeiros de onde trabalha. Por essa razão, ao ter tantas tarefas para fazer, acaba sendo muito difícil conseguir oferecer um serviço de assessoria de investimentos adequado às necessidades específicas de cada cliente.

Sendo assim, é muito comum que o gerente do banco monte uma carteira de ativos daquela instituição financeira, se restringindo a ofertá-la para todos os seus correntistas. Considerando que um banco não possui muitas alternativas de investimentos, o perfil do investidor acaba não sendo levado muito em consideração no momento de oferecer as alternativas de aplicações financeiras.

Já em uma corretora independente, o assessor financeiro tem como responsabilidade cuidar única e exclusivamente de investimentos. Portanto, esse profissional trabalha, todos os dias, em cima da compreensão e comparação das rentabilidades e dos riscos de diversos produtos.

Esse método de trabalho proporciona um alto nível de especialização no assunto. Com isso, o assessor de investimentos consegue conhecer mais profundamente as características de cada aplicação. Além do mais, ele tem tempo para dar atenção aos seus clientes e para entender o perfil do investidor e seus objetivos, montando uma carteira de investimentos personalizada para cada pessoa.

Maiores porcentagens de rendimentos

Como um banco tem milhares de correntistas, podemos dizer que esse tipo de instituição financeira não tem razões para despender muitos esforços quando o assunto é conseguir captar dinheiro dos seus clientes para investimento em seus produtos. E, justamente por essa razão, o banco não vê necessidade de ofertar os ativos que sejam mais competitivos, que possuam as menores taxas de administração e as rentabilidades mais altas.

Uma corretora independente, por outro lado, por ter um vasto leque de opções de investimentos, possibilita que as taxas de cobrança, o histórico de rentabilidade e o rendimento esperado sejam comparados. Assim, fica mais fácil para você ter um portfólio de aplicações com as maiores porcentagens de rendimentos.

Com todas as informações que demos para você neste post, com certeza ficou mais fácil tirar suas próprias conclusões sobre onde aplicar seu dinheiro. Afinal, você é a melhor pessoa para decidir se são os bancos ou as corretoras financeiras que lhe darão os melhores rendimentos.

E aí, gostou das nossas dicas? Então compartilhe esse conteúdo nas suas redes sociais e ajude seus amigos a escolherem entre um banco ou uma corretora independente também!

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