Todos nós sabemos que é importante ter uma reserva financeira e uma proteção patrimonial. Mas você já se perguntou quem vai cuidar de você quando não puder mais trabalhar? O fato é que um dia todos nós teremos que parar, seja por vontade própria ou não. E teremos que tirar dinheiro de algum lugar para manter um padrão de vida adequado. Vejamos algumas opções.
INSS
A primeira opção que costuma vir em mente é o governo. Muitos acreditam que serão amparados por meio da aposentadoria paga pelo INSS. Mas seguem alguns dados para reflexão:
- O número de contribuintes em relação ao número de beneficiários da Previdência Social vem caindo vertiginosamente no Brasil. Na década de 1970, havia cerca de cinco contribuintes para cada beneficiário do INSS. Na década de 1990, cerca de dois contribuintes para cada beneficiário. Já em 2012, um contribuinte para cada dois beneficiários! Se esta tendência se mantiver, estima-se que, em 2020, haverá apenas um contribuinte para cada quatro beneficiários! Isto é preocupante, pois significa que um grande número de aposentados não terá como receber os benefícios.
- Por conta do desequilíbrio entre o número de contribuintes e beneficiários do INSS e da falta de zelo do poder público com o uso dos recursos, o déficit orçamentário vem aumentando assustadoramente, com projeções da ordem de trilhões para 2050!
- Os recursos aplicados no INSS vêm tendo reajustes abaixo da inflação, o que implica em perda de recursos por parte dos contribuintes, uma vez que o poder de compra do dinheiro fica menor.
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Bancos
A segunda opção costuma ser os bancos. É comum algumas pessoas deixarem que o gerente do banco decida quais investimentos devem adquirir, tais como previdência privada, CDBs, seguros de vida, títulos de capitalização, tesouro direto ou mesmo a caderneta de poupança. O problema é que muitos deles têm um rendimento baixo e/ou taxas de administração sobre o valor investido. Desta forma, quem aplica ganha pouco ou quase nada. Não é à toda que os bancos brasileiros estão entre os mais lucrativos do planeta.
Filhos
Ainda resta uma terceira opção: os filhos. Embora eles possam cuidar dos pais quando eles não puderem mais trabalhar, não é saudável para nenhuma das partes que eles se encarreguem dessa tarefa. Isto porque já estão nascendo mais pobres por conta do aumento da dívida do governo. Além disso, com o aumento da competitividade no mercado de trabalho, os filhos estão tendo cada vez mais dificuldade em conquistar o sucesso profissional e a tornarem-se financeiramente independentes dos pais. Uma pesquisa americana mostrou que os idosos ajudam mais os filhos financeiramente do que são ajudados por eles. Não é raro vermos pais e avós aposentados adquirindo empréstimos para ajudarem os filhos em situação financeira desfavorável. Portanto, seus filhos já têm problemas suficientes para se preocuparem e podem ter o futuro deles comprometido!
Você deve estar se perguntando, então, o que resta. A boa notícia é que existe, sim, uma quarta alternativa. Cabe a cada um de vocês, enquanto ainda jovens, saudáveis e ativos, construírem um patrimônio gerador de renda crescente capaz de fornecer recursos para suprir suas necessidades! Vocês precisam começar a construir a aposentadoria de vocês já! Existe uma frase na música “Eu nasci há 10 mil anos atrás”, do cantor e compositor Raul Seixas, que diz o seguinte: “Quando todos praguejavam contra o frio, eu fiz a cama na varanda”. Portanto, convido vocês a fazerem a cama e a colocarem na varanda, porque o frio vai chegar.

Dr. Francinaldo Gomes
Francinaldo Gomes é médico neurocirurgião e especialista em investimento e finanças pessoais.